terça-feira, 28 de julho de 2009

Beijo que te quero mais!!!


Beijo deveria ser moeda de pedágio.

Passar pela porta de casa seria proibido sem antes lascar um beijo na mãe, no pai, no irmão, no filho, no marido e, para quem gosta, até no cachorro!
Beijo deveria ser como bolinha de sabão. Num sopro, a gente poderia mandar alguns pelos ares, que explodiriam na pele de quem neles encostassem. E de repente, sem saber de onde veio, seríamos presenteados com um beijinho perdido pelas ruas da cidade...
Beijo deveria ser elemento químico. Constar na Tabela que a gente tem de decorar para a prova de química, no colégio. Assim, certamente seria mais interessante e ainda ensinaria qual a fórmula mágica deste estalo tão bom...
Beijo deveria caber num envelope, mesmo que fosse dos maiores, mas que pudéssemos enviá-lo pelo correio, para aquela pessoa que está tão longe e que daria qualquer coisa para sentir o gosto da boca de seu amado.
Beijo deveria acender luzes pelo corpo da gente. E quando a energia elétrica entrasse em pane, bastaria que demonstrássemos nosso amor pelas pessoas queridas e qualquer escuridão terminaria...
Beijo deveria estar disponível nas vitrines das melhores docerias. Poderia até ter preço especial, mas que pudessem pagar por ele aqueles que aparentemente menos merecessem, porque beijos são realmente transformadores e certamente provocariam reações sensacionais.

Mas beijo não é assim. É particular e a gente escolhe em quem quer dar.

Porque beijo é um presente que precisa de vontade para ser oferecido.

E talvez seja melhor que assim aconteça: não tão anônimo, não tão sem motivo, nunca forçado, ainda que possa ser pedido.

Por fim, é essencial que o beijo seja leve, fluido, sintonizado com a delicadeza própria de quem sabe dar.

Na verdade, beijo é sempre dado. Receber é apenas contingência da mais gostosa e prazerosa troca entre duas pessoas que se desejam insanas por alguns instantes...
... posto que um beijo pode valer mais que a lucidez de uma vida inteira.

Rosana Braga.

domingo, 26 de julho de 2009

VOZES DO ESPÍRITO

Deus é meu pai.
A Natureza é minha mãe.
O Universo é meu caminho.
A Eternidade é meu Reino.
A Imortalidade é minha Vida.
A Mente é meu Lar.
O Coração é meu Templo.
A Verdade é meu Culto.
O Amor é minha Lei.
A Forma em si é minha Manifestação.
A Consciência é meu Guia.
A Paz é meu Abrigo.
A Experiência é minha Escola.
O Obstáculo é minha Lição.
A Dificuldade é meu Estímulo.
A Alegria é meu Cântico.
A Dor é meu Aviso.
A Luz é minha Realização.
O Trabalho é minha Bênção.
O Amigo é meu Companheiro.
O Adversário é meu Instrutor.
O Próximo é meu Irmão.
A Luta é minha Oportunidade.
O Passado é minha advertência.
O Presente é minha Realidade.
O Futuro é minha Promessa.
O Equilíbrio é minha Atitude.
A Ordem é minha Senha.
A Beleza é meu Ideal.
A Perfeição é meu Destino.

Aluga-se...


Aluga-se...


Aluga-se um coração cansando.

Aluga-se um coração abandonado.

Aluga-se um coração desprezado.

Nele tem janela pra esperança.

Nele tem ainda alguma confiança.

Nele tem entrada e saída.

Jamais abandonou um amigo.

Traiu um amor.

Esqueceu um aniversário.

É silencioso.

Não grita quando ferido.

Só geme baixo, pra não incomodar o morador.

É bastante amplo.

Cabem muitos sentimentos.

E sempre aceita mais uma amizade.

Está um pouco cansado de ser traído.

Está um pouco abandonado pelos amigos.

Está um pouco desprezado pelos amores.


Mas, está aberto a novas vivências.

Pois, em sua vidência.

Ver a Luz de cada um.


O aluguel?

Solidariedade, amor, bondade.

Fé, caridade e lealdade.


Mas, coração se aluga ou doa???

Acreditar

sábado, 11 de julho de 2009

FOGO é ação!


O Fogo é ação...

O Fogo é transmutador...

O Fogo é Paixão... a vontade que nos move...



É na magia do fogo que desintegramos e reintegramos...

É na magia do fogo que renascemos...



A magia do fogo, não é assustadora!
(...se estivermos libertos dos esquemas mentais...)

A magia do fogo, É LIBERTADORA...



A magia do fogo faz-nos saltar para o abismo...

E ACREDITAR nas nossas asas...



ABENÇOADO FOGO!


Onda Encantada

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Você sabe o que é namorar?



Quando escutamos falar em namoro, logo vem mente o ato sexual, ou até mesmo, um casal de adolescentes… Não é mesmo?
Mas você já parou para pensar que namorar é muito mais do que isto…
Se procurarmos no dicionário veremos que “Namorar” significa galantear, cativar; Procurar inspirar amor a alguém ou a algo; Atrair, seduzir; Desejar muito e agradar-se (de alguma coisa); Apaixonar-se por algo ou alguém….
Para que pudéssemos viver num mundo melhor, acredito que deveríamos aprender a namorar… Pois, quando estamos namorando, ficamos felizes e apaixonados e sempre agimos de maneira cautelosa e correta, seja por medo de errar e perder a pessoa que está ao nosso lado, ou para poder nos destacar dos demais e mostrar do que somos capazes.

O certo é que deveríamos treinar e começar a namora à tudo e à todos… Namorar a vida, as pessoas, o trabalho, a nossa casa, enfim… Namorar tudo a nossa volta!
Namorar é ter consciência de que o mundo não é só seu, portanto, devemos aprender a respeitar os nossos limites e a vida da outra pessoa;
Namorar é você respeitar e viver bem no seu ambiente de trabalho, aceitar as diferenças com o seu chefe e/ou o seu colega de trabalho.
Namorar é você ser feliz sim… Mas saber que a tristeza existe e pode bater a porta da sua casa a qualquer momento; Então, esteja atento para que a tristeza não o faça cair!
Namorar é saber amar, confiar, acreditar, conviver, respeitar, aceitar, dar carinhos, perdoar, querer bem, desejar
Desejo que você namore muito… Não alguém, mas antes de todos, a si mesmo!


Fonte: Claudia Pithttp://claudiapit.zip.net/

terça-feira, 7 de julho de 2009

A caridade do tempo

Amplia-se na vida, segundo as nossas necessidades, o tema sempre novo da caridade.
Ninguém calcula a importância do pão que socorre o faminto, nem o valor do remédio que alivia o doente.
Outras expressões de beneficência, contudo, vão surgindo imperiosas.
Uma delas, que raramente refletimos, baseia-se na dádiva das horas – caridade do tempo, ao alcance de todos.
  • Não há criatura impedida de exercê-la. Em qualquer clima social, semelhante cooperação é fundamento do bem.
  • Um dia de trabalho gratuito no levantamento das boas obras...
  • Uma semana tomada às férias para concurso desinteressado às instituições que reúnem doentes menos felizes...
  • Um horário de serviço puramente fraterno na esfera profissional para os que nos reclamam a experiência...
  • Um momento de tolerância e respeito para os que se extraviam na cólera...
  • Um minuto a mais de atenção para a conversa de alguém que ainda ignora o processo de resumir...
  • Uma hora para a visita espontânea ou solicitada em que sejamos úteis...

Todos podemos calar para que outros falem, extrair alguns instantes dos apertos do dia a dia para atividades edificantes, empregar retalhos de repouso no estudo para conseguir esclarecer ou ensinar, suprimir um passeio ou uma distração para a felicidade de servir...

  • Não nos esqueçamos de articular oportunidades em auxílio de outrem.

Caridade do tempo, fonte de amor e luz. É com ela e por ela que a própria Sabedoria Divina nos ampara e nos reergue, corrige e aprimora, usando paciência infinita conosco, através das reencarnações.

ANDRÉ LUIZ

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Tênis x Frescobol - Rubem Alves


...conheci esse texto de forma muito especial...claro, estava no meu Recife. Claro porque o pouco que tenho de sensibilidade, penso ter adquirido lá pelas inúmeras situações de alto conhecimento...
Hoje, alguns anos depois, vejo que li e aplicá-lo não é tão fácil quanto parece...Mas, leio e releio e, aqui está...para dividir e afirmar mais uma vez que, sem comunicação entre relacionamentos...tudo morre.

Viva Xerazade, Viva Rubem Alves...


"Depois de muito meditar sobre o assunto concluí que os casamentos são de dois tipos: há os casamentos do tipo tênis e há os casamentos do tipo frescobol. Os casamentos do tipo tênis são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam sempre mal. Os casamentos do tipo frescobol são uma fonte de alegria e têm a chance de ter vida longa.
Explico-me. Para começar, uma afirmação de Nietzsche, com a qual concordo inteiramente. Dizia ele: 'Ao pensar sobre a possibilidade do casamento cada um deveria se fazer a seguinte pergunta: 'Você crê que seria capaz de conversar com prazer com esta pessoa até a sua velhice?

' Tudo o mais no casamento é transitório, mas as relações que desafiam o tempo são aquelas construídas sobre a arte de conversar.'


Xerazade sabia disso. Sabia que os casamentos baseados nos prazeres da cama são sempre decapitados pela manhã, terminam em separação, pois os prazeres do sexo se esgotam rapidamente, terminam na morte, como no filme O império dos sentidos. Por isso, quando o sexo já estava morto na cama, e o amor não mais se podia dizer através dele, ela o ressuscitava pela magia da palavra: começava uma longa conversa, conversa sem fim, que deveria durar mil e uma noites. O sultão se calava e escutava as suas palavras como se fossem música.
A música dos sons ou da palavra - é a sexualidade sob a forma da eternidade: é o amor que ressuscita sempre, depois de morrer.


Há os carinhos que se fazem com o corpo e há os carinhos que se fazem com as palavras.

E contrariamente ao que pensam os amantes inexperientes, fazer carinho com as palavras não é ficar repetindo o tempo todo: 'Eu te amo, eu te amo...'

Barthes advertia: 'Passada a primeira confissão, 'eu te amo\' não quer dizer mais nada.' É na conversa que o nosso verdadeiro corpo se mostra, não em sua nudez anatômica, mas em sua nudez poética.

Recordo a sabedoria de Adélia Prado: 'Erótica é a alma.'

O tênis é um jogo feroz. O seu objetivo é derrotar o adversário. E a sua derrota se revela no seu erro: o outro foi incapaz de devolver a bola. Joga-se tênis para fazer o outro errar. O bom jogador é aquele que tem a exata noção do ponto fraco do seu adversário, e é justamente para aí que ele vai dirigir a sua cortada - palavra muito sugestiva, que indica o seu objetivo sádico, que é o de cortar, interromper, derrotar. O prazer do tênis se encontra, portanto, justamente no momento em que o jogo não pode mais continuar porque o adversário foi colocado fora de jogo. Termina sempre com a alegria de um e a tristeza de outro.


O frescobol se parece muito com o tênis: dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Só que, para o jogo ser bom, é preciso que nenhum dos dois perca. Se a bola veio meio torta, a gente sabe que não foi de propósito e faz o maior esforço do mundo para devolvê-la gostosa, no lugar certo, para que o outro possa pegá-la. Não existe adversário porque não há ninguém a ser derrotado. Aqui ou os dois ganham ou ninguém ganha. E ninguém fica feliz quando o outro erra - pois o que se deseja é que ninguém erre. O erro de um, no frescobol, é como ejaculação precoce: um acidente lamentável que não deveria ter acontecido, pois o gostoso mesmo é aquele ir e vir, ir e vir, ir e vir... E o que errou pede desculpas; e o que provocou o erro se sente culpado. Mas não tem importância: começa-se de novo este delicioso jogo em que ninguém marca pontos...

A bola: são as nossas fantasias, irrealidades, sonhos sob a forma de palavras. Conversar é ficar batendo sonho pra lá, sonho pra cá...
Mas há casais que jogam com os sonhos como se jogassem tênis. Ficam à espera do momento certo para a cortada. - Camus anotava no seu diário pequenos fragmentos para os livros que pretendia escrever. Um deles, que se encontra nos Primeiros cadernos, é sobre este jogo de tênis: 'Cena: o marido, a mulher, a galeria. O primeiro tem valor e gosta de brilhar. A segunda guarda silêncio, mas, com pequenas frases secas, destrói todos os propósitos do caro esposo. Desta forma marca constantemente a sua superioridade. O outro domina-se, mas sofre uma humilhação e é assim que nasce o ódio. Exemplo: com um sorriso: 'Não se faça mais estúpido do que é, meu amigo\'. A galeria torce e sorri pouco à vontade. Ele cora, aproxima-se dela, beija-lhe a mão suspirando: 'Tens razão, minha querida\'. A situação está salva e o ódio vai aumentando.'
Tênis é assim: recebe-se o sonho do outro para destruí-lo, arrebentá-lo, como bolha de sabão... O que se busca é ter razão e o que se ganha é o distanciamento. Aqui, quem ganha sempre perde.


Já no frescobol é diferente: o sonho do outro é um brinquedo que deve ser preservado, pois se sabe que, se é sonho, é coisa delicada, do coração. O bom ouvinte é aquele que, ao falar, abre espaços para que as bolhas de sabão do outro voem livres. Bola vai, bola vem - cresce o amor... Ninguém ganha para que os dois ganhem. E se deseja então que o outro viva sempre, eternamente, para que o jogo nunca tenha fim...


O Retorno e Terno - Rubem Alves